* SOBRE: TERAPIA DE CASAL
"Tentar ser
feliz é obrigatório. Realizar é uma sorte."
A procura pela terapia de casal aumenta anualmente, mesmo assim o tema ainda permanece obscuro para muitos.
A procura pela terapia de casal aumenta anualmente, mesmo assim o tema ainda permanece obscuro para muitos.
1. Uma terapia de
casal serve só para casados ou também para namorados?A terapia de casal é
útil tanto para casais formalizados quanto para namorados que moram juntos, ou
seja, não precisa da formalização do estado civil.
2. É melhor fazer a
terapia de casal no início do relacionamento, como um trabalho
preventivo, ou só quando o relacionamento já esta se desgastando?Quando tudo esta bem
não tem porque fazer terapia de casal. Porém, se um dos membros tem um
histórico de relacionamentos que acabam naufragando sempre pelo mesmo motivo é
importante que busque uma terapia individual para entender quais mecanismos
inconscientes o impediram de dar outro destino aos relacionamentos anteriores e
obter maior compreensão e consequente liberdade de escolha em relação ao atual.3. Casais
homossexuais também podem se beneficiar da terapia de casal?Obviamente que sim.
Os mecanismos psíquicos dos relacionamentos amorosos são os mesmos,
independentemente da orientação sexual.Estruturas
que moldam um relacionamento
Não é fácil estabelecer um padrão geral de comportamento nem abstrair um protótipo estrutural das relações de casal de nossa época. Mas é indubitável que as mudanças nos pactos entre homens e mulheres trazem ao vínculo uma sensação de fragilidade desconhecida em décadas passadas. Cada um espera encontrar no outro um colo, uma pessoa com maturidade emocional suficiente para atender suas carências afetivas. Paradoxalmente na atualidade tanto o homem quanto a mulher estão sujeitos a elevados níveis de tensão: a competição no trabalho, a ameaça de desemprego, o trânsito - estresse em geral.
Não é fácil estabelecer um padrão geral de comportamento nem abstrair um protótipo estrutural das relações de casal de nossa época. Mas é indubitável que as mudanças nos pactos entre homens e mulheres trazem ao vínculo uma sensação de fragilidade desconhecida em décadas passadas. Cada um espera encontrar no outro um colo, uma pessoa com maturidade emocional suficiente para atender suas carências afetivas. Paradoxalmente na atualidade tanto o homem quanto a mulher estão sujeitos a elevados níveis de tensão: a competição no trabalho, a ameaça de desemprego, o trânsito - estresse em geral.
Em tal contexto, sem
dar-se conta, esperam encontrar no casamento uma espécie de
oásis, uma fonte de conforto, um parceiro atento, meigo e compreensivo além do
sexo cinematográfico... Deseja-se apoio, proteção, reconhecimento.
A necessidade de
muito receber do outro entra em confronto com a pouca disponibilidade para dar.
Os parceiros se
revezam num eterno conflito: quem recebe sente que recebe pouco e quem dá acha
que dá demais.
Nesse panorama, a
procura por terapia de casal cresce ano a ano.
NÃO PARE AGORA...
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Acrescido ao dito
acima, os mitos que definiam os relacionamentos nos casamentos tradicionais
tais como o mito de que "só se ama uma vez" e o mito do "amor
eterno" foram dando lugar a mitos modernos, mais complexos e
"confusos" no sentido do que se pode ou não esperar do parceiro
amoroso.
Se os mitos modernos
contribuíssem para o crescimento individual ou para o desenvolvimento do casal
seria maravilhoso, no entanto o que vemos são casais cada vez mais inseguros,
cobradores, "grudados" e ciumentos.
Mitos
modernos
" Não há garantias no amor, amar é
um projeto arriscado. Mais arriscado ainda é riscar da vida o amor"
Para melhor elucidar,
citarei alguns dos mitos dos casamentos modernos que foram substituindo os
mitos tradicionais: o mito da "Verdade Total", que compreende em
contar tudo ao parceiro (pacto que muitas vezes chega às raias da crueldade); o
"Mito da Liberdade": nesse ideal cada um tem a liberdade de fazer o
que quiser, quando quiser e como quiser. Algo muito "moderninho", mas
que no fundo não passa de uma falsa noção de independência que acaba ferindo o
outro; o mito da "paixão avassaladora": aqui passado o arrefecimento
da paixão, o furor do sexo, parece que há um "erro" no
relacionamento; mito da "perfeição eterna do parceiro": nada mais
falso, ou seja, ao se perceber que o parceiro tem imperfeiçoes, percebe-se
também que é chegado o momento de romper. Reina a fantasia de que só pessoas
perfeitas se relacionam.
Uma
chance
As estatísticas não
mentem: quando um casal chega ao consultório é porque a via de comunicação
entre os dois já se esgotou. Mas, obviamente, ainda há o que ser dito senão não
estariam procurando ajuda para alguém interpretar o que não estão conseguindo
dizer um ao outro.
A terapia de casal
geralmente é procurada em meio a uma crise suficientemente grave para ter
levado ao menos um dos parceiros a falar em separação. Separação é um processo
doloroso, mesmo para o parceiro que se diz decidido.
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A suspeita de traição
ou a traição confirmada por um dos parceiros é a causa que traz mais casais ao
consultório, além de questões ligadas à sexualidade, filhos, falta de amor estariam
entre as outras queixas mais frequentes.
A terapia de casal
dura em média de três a quatro meses, um trabalho breve para os padrões da
psicanálise e o rumo que o relacionamento vai tomar a partir do processo
analítico não pode ser defindo a priori.
O terapeuta ajuda o
casal a desvendar o que está encoberto por trás das brigas repetitivas e
aparentemente fúteis que normalmente impedem que o casal consiga ter uma
conversa minimamente civilizada.
Os dois membros do
casal terão clareza dos processos inconscientes que os levaram a se escolherem
como parceiros e como chegaram ao ponto de desencontro. Essa consciência
proporciona uma clareza dos mecanismos em jogo nas tramas da relação. Haverá a
consciência de que num casal não existe um único culpado nem um único santo. Há
sempre dois em jogo...
Não há garantias no
amor, amar é um projeto arriscado. Mais arriscado ainda é riscar da vida o
amor. Concordo com Jorge
Forbes quando diz que a felicidade amorosa não tem garantia. Ele acredita que
buscá-la é obrigação de todos. Mesmo sabendo o risco de se machucar no caminho.
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